Lua Cheia em Escorpião

Ritual de Libertação, Cura e Renascimento

Com a chegada da Lua Cheia amanhã, 12 de Maio, pelas 18:00 (hora de Portugal), somos convidados a mergulhar na intensidade transformadora do eixo Touro–Escorpião. O Sol brilha a partir da estabilidade da terra taurina, enquanto a Lua eleva-se poderosa nas águas profundas e instintivas de Escorpião. Esta lunação traz uma energia vibrante e selvagem, quase primitiva, ideal para rituais de libertação, experiências xamânicas e celebrações exuberantes da natureza e do corpo. Este é um momento fértil para renovar os nossos compromissos com a transformação pessoal e colectiva, alinhando instinto, consciência e propósito.

Libertar o Corpo e a Alma

A oposição da Lua em Escorpião ao Urano em Touro imprime a este plenilúnio um carácter imprevisível, libertador e, por vezes, desconcertante. Escorpião deseja o controlo e a entrega profunda; Urano, a quebra de padrões e a reinvenção. Esta dança de forças pode originar abalos emocionais súbitos, revelações intensas ou mesmo impulsos instintivos que desafiam as estruturas de segurança habituais.

Esta tensão cósmica pode ser canalizada positivamente através de rituais de libertação, caminharmos descalços na terra, dançarmos em roda, mergulharmos em águas naturais ou simplesmente respirar profundamente sob a luz da Lua cheia, como formas de honrar o corpo e os seus instintos, e ao mesmo tempo soltar velhas emoções cristalizadas.

É um excelente momento para perguntar: O que desejo libertar que já não me serve? Que parte de mim está pronta para morrer simbolicamente, para que algo mais autêntico possa nascer?

Desprogramar para Curar

Plutão em Aquário em quadratura exacta a Mercúrio em Touro convida-nos a questionar profundamente os nossos padrões mentais, as crenças limitadoras que herdámos e os modos rígidos de pensar o mundo e a vida. Este aspecto pode trazer à tona verdades difíceis ou pensamentos obsessivos, mas também a oportunidade preciosa de reprogramar a mente com mais autenticidade e alinhamento interior.

Nesta fase, pode ser valioso praticar o silêncio, a meditação com mantras, a escrita terapêutica ou visualização criativa para reorientar o foco da mente para aquilo que realmente queremos co-criar.

Exemplo de uma prática: Escrever, sem filtros, tudo o que me preocupa ou me limita. Depois, ler em voz alta e sublinhar as frases que vêm de crenças antigas ou herdadas. Perguntamos a nós mesmos: Isto é verdade para mim hoje? Em seguida, reescrevemos essas frases numa versão mais empoderadora.

Pergunta para reflexão: Que ideias ou crenças estou pronto para questionar e transformar?

A Astrologia Neohumanista lembra-nos que a mente é uma ferramenta poderosa de serviço, mas deve estar ao serviço do coração, da empatia e da consciência expandida.

A Sabedoria que Nasce da Vulnerabilidade

Júpiter em Gémeos, em sextil ao Quíron em Carneiro, traz um bálsamo de esperança e cura, que mostra que a vulnerabilidade e o reconhecimento das nossas feridas podem abrir portas a novos entendimentos, diálogos e formas de expressão. É uma energia que favorece círculos de partilha, práticas xamânicas, sabedorias ancestrais e novas narrativas de empoderamento pessoal.

Este aspecto propicia a expansão do autoconhecimento e a libertação de antigas dores através da palavra, da arte, do ensino, da escuta ou do contacto com mestres e facilitadores conscientes. É um convite a fazer pontes entre mundos internos e externos, entre razão e intuição, entre o passado ferido e o futuro curador.

Exemplo de uma prática: Partilhar a nossa história de superação com alguém de confiança, ou escrever uma carta às nossas feridas antigas, agradecendo-lhes o que nos ensinaram. Honremos a vulnerabilidade como uma força.

Pergunta para reflexão: De que modo posso transformar a minha dor numa ponte para a cura e para o crescimento?

A Natureza Selvagem como Aliada

Com esta Lua em Escorpião em oposição a Urano, o convite é claro: ligarmo-nos à nossa natureza selvagem. Dançar, cantar, caminhar na floresta, fazer amor com presença, banharmo-nos num rio. Esta lunação exalta os sentidos e lembra-nos que o corpo é um templo e que o instinto é sagrado. A energia selvagem desta lunação é ideal para rituais de conexão com os quatro elementos, cerimónias xamânicas, danças ao luar, fogueiras de purificação ou momentos íntimos de introspecção em florestas, rios ou montanhas.

A terra de Touro pede ancoramento; a água de Escorpião, entrega emocional; o ar de Gémeos, clareza mental; e o fogo de Carneiro, acção curativa. Todos os elementos estão presentes e disponíveis para guiar-nos num reencontro com a nossa natureza essencial.

Exemplo de uma prática: Criar um pequeno altar com elementos naturais (pedras, flores, ramos, água). Acender uma vela e dançar ao seu redor ao som de tambores ou música tribal. Entregar-nos ao movimento sem censura. Deixar o corpo falar.

Pergunta para reflexão: Como posso viver mais em sintonia com os meus ritmos naturais e com a força da Terra?

Dançar com a Vida, Morrer para o Velho

Esta Lua Cheia é um chamamento profundo para libertarmo-nos de formas de vida estagnadas, para reatarmos o laço com os nossos instintos e nos alinharmos com a potência transformadora da vida em estado bruto. Sob o olhar da Astrologia Neohumanista, este é um momento de integração entre corpo e alma, mente e emoção, razão e mistério. Um tempo para renascer a partir do que é verdadeiro e essencial.

Que cada pessoa possa sentir-se inspirada a honrar esta Lua não como um evento distante no céu, mas como uma vibração viva que ressoa no corpo, nas relações, na terra e no espírito. A vida convida-nos a celebrar, a transformar e a seguir em frente com mais verdade, mais leveza e mais coragem.