Astrologia Neohumanista

A Astrologia Neohumanista é uma abordagem interpretativa integrativa que desenvolvi ao longo do meu percurso académico, profissional e espiritual, e que resulta da síntese entre tradições astrológicas distintas e a filosofia do Neohumanismo de Prabhat Ranjan Sarkar (1982).

Origens e Desenvolvimento da Astrologia Neohumanista

Também reconheço a influência de Margarida Amaro, Luís Resina, Nuno Cabral, José Augusto e José Luís Santos, cujas perspectivas e ensinamentos ampliaram a minha compreensão da astrologia em diferentes vertentes, desde a abordagem psicológica até à espiritual e filosófica.

Com o tempo, interessei-me igualmente pela astrologia relacional, que estuda as dinâmicas interpessoais, e pela astrologia médica, que investiga a relação entre corpo, saúde e cosmos. Estes estudos complementares deram maior densidade prática à minha investigação e consolidaram o alicerce daquilo que mais tarde viria a estruturar como Astrologia Neohumanista.

A Filosofia Neohumanista: Da Estrela Interior à Expansão Colectiva

A inspiração principal desta abordagem é o Neohumanismo, conceito apresentado por Prabhat Ranjan Sarkar em The Liberation of Intellect: Neohumanism (1982), que defende a interconexão entre todos os seres vivos e a necessidade de expandir a consciência para além de barreiras individuais, culturais e sociais.

Tal como na filosofia neohumanista, também a astrologia que pratico parte da ideia de que tudo se inicia dentro de nós mesmos, como o nascimento de uma estrela, e que a vida é um processo contínuo de expansão para fora, em direcção à consciência universal.

Metodologia em Três Dimensões: Kármica, Personalidade e Esotérica

Esta visão orienta a metodologia interpretativa que integra três pilares:

• Astrologia Kármica (Schulman, 1975; Hall, 2001), para compreender o passado e os padrões herdados que precisam de resolução ou libertação;
• Astrologia da Personalidade (Rudhyar, 1970; Greene, 2005), para iluminar o presente e definir quem somos no momento;
• Astrologia Esotérica (Bailey, 1951), para projectar o futuro e orientar o processo de individuação rumo ao ideal de quem queremos vir a ser.

Descrição do Diagrama

O diagrama de radar ilustra o tripé interpretativo da Astrologia Neohumanista, mostrando como as abordagens Kármica, da Personalidade e Esotérica se interligam para formar uma metodologia dinâmica. Cada eixo representa um dos pilares:

• Kármica (Passado): Simboliza as memórias, experiências e padrões kármicos trazidos de vidas passadas, analisados através de elementos como os nodos lunares e planetas retrógrados.
• Personalidade (Presente): Reflecte a psique actual, incluindo traços emocionais e comportamentais, explorados por meio do Sol, Lua, Ascendente e planetas pessoais.
• Esotérica (Futuro): Projecta o propósito espiritual da alma, guiado por regentes esotéricos e os sete raios, apontando para a realização do potencial divino.

O triângulo formado no centro do diagrama representa o equilíbrio e a interconexão dessas abordagens, com o núcleo interior simbolizando o ponto de partida da consciência, como descrito na Astrologia Neohumanista: “tudo se inicia dentro de nós, como o nascimento de uma estrela”. A área preenchida no diagrama reforça a ideia de um sistema unificado, onde passado, presente e futuro convergem para promover transformação pessoal e colectiva.

Aplicações Práticas: Do Autoconhecimento ao Impacto Colectivo

A Astrologia Neohumanista vê o mapa natal como um núcleo interior vivo, onde residem memórias, aprendizagens e potenciais latentes. A leitura não se limita à descrição exaustiva do mapa, mas propõe-se a apoiar processos de:

• autoconhecimento, através da integração consciente de passado, presente e futuro;
• transformação espiritual, alinhada com valores éticos e universais;
• contribuição colectiva, estimulando a responsabilidade social, a compaixão universal e a elevação da humanidade para além dos interesses egoístas e materialistas.

Esta abordagem integra conceitos da psicologia junguiana, da tradição esotérica ocidental e das correntes contemporâneas da astrologia humanista, resultando numa prática holística, dinâmica e ética.

Um Nodo Sul em Virgem pode traduzir-se em padrões de perfeccionismo herdados de vidas passadas ou do reservatório kármico da alma. Ao trabalhar este tema com a Astrologia Neohumanista, o ser aprende a libertar-se de apegos a padrões rígidos, como a necessidade de controlar resultados, a autocrítica excessiva ou a dificuldade em confiar na fluidez da vida. Na abordagem neohumanista, essas memórias kármicas são vistas como um reservatório de experiências que precisam ser honradas, mas também libertadas, para permitir a expansão da consciência, caminhando em direcção a uma visão holística e compassiva de Peixes no Nodo Norte.

Luís MIguel DAntas

Influências e referências

A Astrologia Neohumanista está enraizada em múltiplas influências:

• Astrologia Humanista, com destaque para Dane Rudhyar e Liz Greene;
• Astrologia Kármica, desenvolvida por Martin Schulman e Judy Hall;
• Astrologia Esotérica, através das obras de Alice Bailey;
• e ainda a tradição astrológica portuguesa, onde mestres como Maria Flávia de Monsaraz, Margarida Amaro, Luís Resina, Nuno Cabral, José Augusto e José Luís Santos continuam a ser referências fundamentais.

Considerações finais

A Astrologia Neohumanista é, portanto, uma prática interpretativa que combina introspecção, espiritualidade e ética, ancorada numa visão de que a evolução da consciência individual está sempre em diálogo com a evolução colectiva. Mais do que uma simples leitura astrológica, é um caminho de consciência e transformação, inspirado pelo neohumanismo e pela síntese das tradições astrológicas que moldaram o meu percurso.

Não podia deixar de registar aqui o dom e talento do Luís Miguel Dantas, de leitura dos sinais astrológicos que muito acrescentam quanto à matriz existencial e sentido da vida nas diferentes fases. Um descortinar de pulsões inconscientes submersas que ele sabe como nos revelar, e que são importantes reconhecer para a busca incessante dos caminhos a percorrer perante as adversidades e encruzilhadas da vida com que somos confrontados e a que ninguém é imune… E, porque ninguém é perfeito e ninguém tudo consegue saber, essencial se torna descobrir o muito que falta aprender. Daí, obrigado Miguel pelo que acrescentou nas consultas que tivémos e uma saudação especial de votos de boa missão na entreajuda a que como humanos o universo nos apela.”

António M.

A consulta de Astrologia foi bastante enriquecedora, passou a ser uma  ferramenta chave para uma melhor compreensão do que já passou, do que está a acontecer e o que posso melhorar. Ainda estou a digerir tudo, com o relatório tudo fica mais claro. Vou fazer um mini-relatório com os pontos-chave, para interiorizar o que tenho de melhorar.
Estou muito grato pela ajuda do Luís.

Carlos M. M.

Referências

• Bailey, A. (1951). Esoteric Astrology. Lucis Publishing Company.
• Dantas, L. M. P. Astrologia Neohumanista. Disponível em: www.luismigueldantas.com.
• Greene, L. (2005). The Astrology of Fate. Weiser Books.
• Hall, J. (2001). The Karmic Journey. Penguin Books.
• Quíron – Centro Português de Astrologia. Disponível em: www.quiron.pt.
• Rudhyar, D. (1970). The Astrology of Personality. Aurora Press.
• Sarkar, P. R. (1982). The Liberation of Intellect: Neohumanism. Ananda Marga Publications.
• Schulman, M. (1975). Karmic Astrology: The Moon’s Nodes and Reincarnation. Samuel Weiser.